Agora pegou a moda de dar democracia em comprimidos.
A farsa até começou em Lisboa mas “os bons exemplos” são de imediato copiados em Cascais.
É a resposta cabal que em Cascais o “povo” também manda!...
Esta história do Orçamento Participativo é o acto político mais hipócrita a que assisti nos últimos tempos!
Quando toda a gente diz dos políticos o que Maomé nunca disse do toucinho vão as inteligências fornecer pequenas doses de democracia (no sentido etimológico da palavra) o poder pelo povo.
Mas que poder é este?
Bom, o Zé Povinho pode inventar umas ideias, que irão a votos pelos otários que se prestarem a isso, para decidir intervenções da Câmara no montante de 1,5 milhões de euros. Ou seja e traduzindo por miúdos, a Câmara disponibiliza uma dose de Democracia que é equivalente a 0,88% dos impostos que a rapaziada de Cascais põe à disposição da Câmara. Os restantes 99,12% ficam a cargo das doutas decisões dos magníficos que nos guiam rumo ao sucesso, ao bem estar, à felicidade… (só não sabemos se o sucesso, o bem estar e a felicidade são dos munícipes ou dos magníficos…)
Vamos todos decidir se queremos uma rotunda em Murches, um Parque Infantil no Livramento ou mais Hortas Comunitárias, obras que não poderão ultrapassar os 300.000 €, mas não temos qualquer oportunidade de decidir se queremos continuar a torrar centenas de milhar de euros em eventos faraónicos de fazer envergonhar o mais esbanjador.
A democracia em Cascais, é uma anedota, uma piada seca que nem vontade de rir dá!
Mas há gente com responsabilidade no PSD e no Governo que parece dar cobertura a esta maneira vomitada de fazer política.
Ainda na semana passada o Ministro Miguel Relvas deu-se ao trabalho de participar num almoço de homenagem ao quase “defunto” Presidente da Distrital de Lisboa do PSD e na sua alocução brindou os presentes com afirmações como “Carlos Carreiras é o exemplo de autarca que o PSD quer candidatar nas próximas eleições…” ou que Carlos Carreiras “… é um doce!”.
Muito perigosas estas afirmações.
Quanto à primeira só me apetece dizer…
SOCORRO!!!!!!! Querem clonar o modelo de Cascais para o resto do País! Pessoal, depressa a seguir o conselho do Secretário de Estado da Juventude – Vamos Emigrar! Já!
Quanto à segunda, bem… esta tem um não sei quê de delicado…
Se quisermos tentar adivinhar que tipo de doce…
Pastel de nata… não, ele de pastel não tem nada!
Queque… ele bem gostava, mas queque não consegue ser, falta-lhe um “je ne sais quoi”…
Bom bocado… tenham dó, um bocadinho de bom gosto também é necessário!
Jesuíta… não me parece, a relação de Carreiras com a religião parece ser mais aos domingos e, depois de pedir perdão pelos pecados que cometeu durante a semana aproveita logo para planear quais vão ser os próximos…
Já sei!
Bolo Rei! É redondo, como o discurso de Carlos Carreiras, embora tenha coisas brilhantes e com bom aspecto à vista, a massa é do mais simples que se pode confeccionar, e acima de tudo, tem rei no nome!
Ser Rei, nem que seja sob a forma de bolo, é o seu grande objectivo!...
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