terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

HIPOCRISIA É…


O que se diz do casamento na religião cristã não se pode aplicar à política! De todo!
A Política uniu António Capucho a Carlos Carreiras.
Carreiras encostou-se ao movimento de militantes que promoveram a candidatura de Capucho em 2002 e cedo percebeu que tinha ali uma fileira que podia aproveitar.
Tomou de assalto a concelhia e a seguir a Distrital.
Enquanto Presidente da Concelhia do PSD impôs-se na lista candidata em 2006 no lugar de Vice-Presidente e impôs a saída de dois vereadores que não lhe eram fieis nem lhe faziam fretes: Carlos Reis e Rui Rama da Silva.
Começou a longa caminhada de tomar o aparelho camarário e o do Partido. Transformou-se num Rei, não por via de herança ou da árvore genealógica, não pelo amor dos súbditos, mas pela conquista.
António Capucho não quis afrontar o “enfant terrible” de Cascais e, em bom Português, lixou-se.
Tentou negociar uma saída, mas quem negoceia em posição de fraqueza com gente como Carreiras  está tramado.
Capucho foi tramado.
Carreiras prometeu-lhe muitos e fundos e deu-lhe uma mão cheia de nada.
Por fim correu-o porta fora, sem glória nem honra, e achincalhou-o como só Carreiras sabe fazer.
O episódio da tolerância de ponto  no Carnaval e as eleições para a concelhia em Cascais são sinais evidentes do que acabo de afirmar. Mas nisto tudo há uma hipocrisia imensa, que custa a suportar.
Capucho criticou a decisão do Governo de não dar tolerância de ponto.
Afirmou também que não é especial admirador de Carnaval mas ainda assim acha errada a decisão do primeiro ministro.
Carreiras acusou publicamente Capucho de ser hipócrita porque não gostando do Carnaval criticou o primeiro ministro.
Carreiras apoia a decisão do governo.
Carreiras, ao  mesmo tempo dá tolerância de ponto na CMC ignorando a decisão do primeiro ministro.
Hipocrisia? De quem?
Depois deste episódio, com trocas de mails entre os dois com ameaças veladas, aconteceu o jantar de homenagem a António Capucho na passada quinta-feira dia 9 de Fevereiro.
Para espanto de muitos, Carreiras foi ao jantar e ficou na mesa de honra ao lado de António Capucho. O tal que dias antes tinha apelidado de hipócrita.
Primeira conclusão: Carreiras vai a todos, (os jantares, claro!...), mesmo que em homenagem de “hipócritas”…
Capucho, depois de ter sido chamado de hipócrita até parece ter gostado porque no seu discurso não faltaram promessas de apoio ao “novo” Presidente da Câmara.
Bate-me que eu gosto…
Para quem assiste a isto mais parece conversa de “gajas”…
Diz a Bíblia que não separe o homem o que Deus uniu.
Na política é diferente. A política une e separa consoante os interesses da classe dominante…
Carreiras está por cima e gosta. Usa e abusa da posição dominante. Até um dia…
António vai para casa, e calça as pantufas, Carreiras calça as botas cardadas para distribuir fruta…
Cascais, no seu melhor!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Narizinho enganador…

Há uma anedota antiga que de forma abreviada faz piada com o facto de existir proporcionalidade do tamanho do nariz com o do órgão sexual masculino mas, sem que me sinta convencido a reproduzir aqui a piada, foi a primeira ideia que me assaltou quando vi esta notícia…
Mas se quisermos fazer a analogia com a capacidade de ser sério, vertical e coerente politicamente, Miguel Pinto Luz tem, definitivamente, um narizinho enganador!
Com esta tomada de posição fica claro que Miguel Pinto Luz aprendeu bem na Escola Carreiras no que respeita ao tema Coerência Política e a Política da Coerência…
O facto de, com pompa e circunstância, o poder político, personificado pelos dois partidos do bloco central, ter aprovado um conjunto de medidas legislativas com laivos de “luta anti-corrupção nas autarquias”, de que o corolário foi a limitação de mandatos dos autarcas, fica agora claro qual é o entendimento que Miguel Pinto Luz faz do respeito da lei…
A lei aprovada já era um bocado anedota. Limita os mandatos dos Presidentes de Câmara mas os vereadores, tal como os diamantes, podem ser eternos!
Naquelas cabecinhas só há lugar para Presidentes corruptos?
Dando de barato que sim, para  Miguel Pinto Luz esse problema só se verifica se o dito Presidente estiver mais de 3 mandatos no mesmo lugar. Se o mudarem de município já não há qualquer problema.
Corrupção não é alergia que se apanha com o pó da secretária senhor Miguel Luz!
Há mulheres e homens corruptos ou corruptíveis e mulheres e homens sérios. Na política, e especialmente na política autárquica, haverá de todos e para todos os gostos.
Mas, a cabeça de Miguel Pinto Luz está formatada para o virtual, sounds e bits, que se lixe a realidade.
A realidade, a verdade, segundo Miguel Pinto Luz, é aquilo que quisermos enfiar goela abaixo do Zé povinho que ele acredita!
É até constrangedor que “responsáveis” políticos, neste caso do PSD, coloquem sequer como hipótese, fazer uma “habilidade” com a interpretação da Lei!
É preciso não ter pinga de vergonha na cara!
Fernando Seara não precisa de ajuda de qualquer espécie para sair da Câmara de Sintra sem rabos de palha.
Seara é uma figura pública incontornável, que serviu na política, goste-se ou não da sua actuação à frente da Câmara, mas sai pela porta grande e sem fama de se lhe terem “agarrado coisas às mãos”!
Não acredito que Seara caia na armadilha que Pinto Luz lhe lançou e estou convencido que Fernando Seara, homem de leis, não se vai prestar a esse espectáculo reles de prestidigitação política!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ENXOVAL OU ENXOVALHO?

Carlos Carreiras anunciou que se ia candidatar à Comissão Política Concelhia do PSD Cascais para sufragar a sua candidatura à Câmara de Cascais.

Esta decisão de Carreiras merece alguns comentários.

O primeiro tem que ver com a história do PSD em Cascais: pela primeira vez, poderá acontecer que, se Carreiras ganhar, será o primeiro Presidente da Concelhia que é candidato à Câmara.  É um “bom princípio” revelador de que deve criar uma grande sintonia entre a entidade que fiscaliza e a que é fiscalizada!...

Sendo o mesmo, não vai haver nos próximos anos opiniões divergentes entre concelhia do PSD e o Presidente de Câmara!...

A democracia no seu melhor esplendor!

Claro que nem vale a pena lembrar as opiniões de Carreiras há uns anos atrás sobre esta matéria. Todos podem mudar de opinião… muito mais quando a mudança lhe convém sobremaneira!...

Mas o assunto não se esgota com esta constatação. Tem um não sei quê de picante que merece ser contado.

Há muito que o filho comeu o pai, ou seja, e traduzindo por miúdos, António Capucho colocou todo o seu peso para fazer entrar na sua equipa na Câmara Carlos Carreiras, (e logo como Vice Presidente!), e nesse mesmo momento alguns que conhecem a peça, logo se aperceberam que Capucho tinha os dias contados!

Capucho tratou de arranjar o enxoval a Carlos Carreiras!

Capucho permitiu que Carreiras manobrasse a constituição de um autêntico exército dentro da Câmara, enchendo-a de “gente de mão” e cedo começou a empurrar Capucho porta fora.

Capucho não é homem de guerras (ou não quis ser…) e preferiu suspender o mandato para que Carlos Carreiras ocupasse o lugar para que António Capucho tinha sido eleito pela população de Cascais.

Entendeu Capucho que poderia ainda contribuir para a criação de harmonia interna no PSD de Cascais e propôs-se a Carlos Carreiras sugerindo que estaria na disposição de ser candidato à Comissão Política Concelhia num acto para a reunificação do Partido.

Qual foi a resposta dos poderosos?

“Obrigadinho mas já estamos servidos, o nosso candidato é Teixeira Lopes, o actual Presidente da Junta de Freguesia de Alcabideche”.

Capucho não percebeu, ou não quis perceber a mensagem, e insistiu que mesmo assim se iria candidatar.

Nem 24 horas passaram e já estava Carreiras a anunciar a sua candidatura à concelhia!

Carreiras tratava de fazer o enxovalho final a António Capucho!

Quem conhece Capucho sabe que ele não se mete em eleições que possa perder.

Carreiras ao decidir avançar gritou, mas baixinho, “oh Capucho trata mas é de arranjar uma Presidência da Assembleia Geral duma colectividade que o teu tempo de antena em Cascais esgotou!”

E assim António Capucho sai pela porta pequena, “assassinado politicamente” às mãos do seu “protegido”.

Os velhos ditados funcionam, e há um que diz “quem boa cama fizer nela se há-de deitar…

Esperamos que a cama não provoque insónias…