terça-feira, 3 de agosto de 2010

Empregos à medida

João Dias Coelho é um homem com sorte.

A vida dele tem sido construida, desde que se licenciou em Direito, sempre em lugares de nomeação política.

Não faço parte do lote de pessoas que acha que tem menos valor servir em lugares políticos. Alguém tem que os desempenhar e, quando bem desempenhados nada há a dizer.

Há pessoas que têm sentido de estado e do interesse público. Outros entram na política, servem-se de forma desbragada como se não houvesse amanhã para logo a seguir sairem pela porta pequena com o bolso grande.

Considero João Dias Coelho um exemplo de quem tem sentido de interesse público.

João Dias Coelho fez o seu percurso sempre debaixo da asa de António Capucho, com quem mantém há longos anos uma relação de amizade.

Foi assessor do grupo parlamentar do PSD quando António Capucho a ele presidiu, foi o dinamizador do grupo cívico da defesa da Paisagem Protegida Sintra Cascais para “partir a cabeça” a José Luis Judas e, claro está, veio com António Capucho para a esfera da Câmara Municipal de Cascais quando este ganhou as eleições para esta autarquia em 2002.

Presidiu à CAF, uma comissão de acompanhamento das empresas concessionadas (Águas de Cascais, Sanest e SUMA) e conseguiu, com a choradeira de que ganhava pouco para a quantidade de trabalho que desenvolvia, que António Capucho o propusesse para Administrador da Sanest, lugar com remuneração muito acima das que se praticavam nas empresas municipais e até superior à de Presidente de Câmara (Cerca de 4000 € líquidos/mês).

Depois…

Depois veio para a Câmara de Cascais Carlos Carreiras, Vice-Presidente e titular, entre outros, do Pelouro do Ambiente.

Aqui dá-se uma reviravolta a todos os níveis estranha ou … talvez não.

A fidelidade inquestionável a António Capucho por JDC começou a sofrer algumas alterações passando essa fidelidade a ser orientada em direcção a Carlos Carreiras.

Houve até uma situação profundamente desagradável em Assembleia Municipal, quando da discusssão do projecto da Cidadela, no auge da confrontação entre Carlos Carreiras e António Capucho, em que João Dias Coelho assumiu o ataque frontal a António Capucho, em defesa de Carreiras.

E João Dias Coelho conseguiu que Carlos Carreiras lhe conseguisse prolongar a remuneração na Sanest uma vez que, deixando de ser Administrador Executivo naquela empresa, Carreiras forçou a criação de uma Comissão de Acompanhamento da obra da Sanest, lugar ocupado por JDC com remuneração e demais condições equiparadas às de Administrador.

Mesmo à campeão, como logra ser Carlos Carreiras!

No final do ano de 2009 acabou-se a Comissão.

Carlos Carreiras resolveu o assunto de forma eficiente como é seu timbre.

Correu com o Administrador indicado por Cascais na Tratolixo, até porque Rui Ribeiro era um homem de mão de António Capucho, e colocou João Dias Coelho no seu lugar.

Ao que consta vai à Tratolixo às reuniões da Administração uma vez por semana, mantendo a sua remuneração de Administrador Executivo…

Ora tudo isto nem seria assunto para este blog não fora a atitude exibida por João Dias Coelho no último plenário do PSD Cascais.

Desembainhou da espada para defender a honra dos seus amigos Gabriel Goucha e Carlos Carreiras contra, pasme-se, “os tachistas que sempre viveram encostados ao poder e que agora se viram despojados dos seus lugares. Os ataques de que o Presidente da Distrital de Lisboa e da Comissão Política de Secção de Cascais estão a ser alvo são proferidos por ex-tachistas”.

Aprendemos qualquer coisa com a lição dada por João Dias Coelho num Plenário pouco concorrido e menos ainda interessante.

João Dias Coelho antes de abrir a boca deveria olhar para a sua história de vida, nem melhor nem pior do que muitos dos que já passaram “pelos tachos” autárquicos.

Mas valia a pena que o discurso ao invés de contra incertos, onde cabem todos, os bons - como ele se auto-intitula e os outros - os maus, por certo os que atacam a Concelhia e a Distrital, talvez fosse preferível chamar os bois pelos nomes. Assim, todos ficariam a saber quem ataca e porque “razão rasteira” o faz…

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