segunda-feira, 19 de julho de 2010

Elegia à Hipocrisia







"Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita."
Confúcio


O dicionário online tem a seguinte definição de hipócrita: aleivoso, desleal, falso, farsante, inconfidente, infiel, proditório,pérfido, púnico, traidor, traiçoeiro, tredo e vulpino

Foi esta definição que me veio à cabeça quando tomei conhecimento da noticia do Jornal Público de hoje.



Direcção do PSD não apoia Isaltino Morais, apesar de os seus vereadores terem pelouros

Por Ana Henriques

"O PSD aceitou pelouros? Nem sei", reage Miguel Relvas, acrescentando que não foi informado desse facto pela distrital do seu partido

O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, considera que o seu partido é uma força da oposição em Oeiras, apesar de dois vereadores seus terem aceite pelouros na autarquia governada por Isaltino Morais.

"O PSD aceitou pelouros? Nem sei", diz o dirigente social-democrata. "Isso só responsabiliza directamente os vereadores. O PSD é um partido da oposição em Oeiras", declara, acrescentando não ter sido estabelecido nenhum acordo eleitoral com Isaltino, que se desligou do PSD em 2005 para fundar um movimento independente, com o qual voltou a ganhar a presidência desta autarquia. Para Miguel Relvas, a existirem, os apoios dos autarcas "laranja" à governação de Isaltino são "apenas pontuais e individuais". E remete a questão para a estrutura distrital do partido, que garante não o ter informado da aceitação de pelouros.

Estas declarações surgem depois de o Tribunal da Relação ter reduzido a pena de prisão do autarca de Oeiras de sete para dois anos pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, anulando a perda de mandato e a condenação pelo crime de corrupção passiva. Na sequência desta decisão, o PS de Oeiras desafiou a direcção do PSD a explicar por que razão "partilha o poder político com um autarca condenado em duas instâncias judiciais diferentes por crimes graves". Isaltino Morais entregou o pelouro dos parques infantis, cemitérios e empresas concessionárias de Oeiras ao social-democrata Ricardo Rodrigues. Já o da juventude ficou a cargo do líder da JSD local, Ricardo Pinho. Indignada com esta aceitação de pelouros e com a grande proximidade entre o PSD e o movimento "Isaltino Oeiras Mais à Frente", a cabeça-de-lista a Oeiras deste partido, Isabel Meirelles, afastou-se em Março da câmara, depois de ter sido eleita, suspendendo o mandato de vereadora. Protestando contra aquilo que designou como "promiscuidade" entre sociais-democratas e Isaltino, apelou na altura ao novo líder do partido, Passos Coelho, para acabar com a situação.

Já o líder da distrital social-democrata, Carlos Carreiras, prefere contra-atacar o PS quando se fala da aceitação de pelouros: "O PS local também está dividido sobre esse assunto, embora não tenha aceite. E até às últimas eleições sempre aceitou pelouros." Carreiras nega que o PSD esteja a apoiar Isaltino: "Estamos é a dar condições de governabilidade a Oeiras." Essa é também a tese do líder do PSD de Oeiras, que, aliás, é também adjunto do vice-presidente da câmara: "O PSD foi, é e será a força política que garante a estabilidade no concelho. Oeiras tem recebido os benefícios desta estabilidade", referiu Alexandre Luz, citado pela agência Lusa. A condenação, da qual Isaltino recorreu, "não põe em causa a governabilidade da autarquia".

O PÚBLICO tentou também obter um comentário à situação por parte de outra figura do PSD, Santana Lopes, mas o vereador da Câmara de Lisboa mostrou-se indisponível para prestar declarações sobre o assunto.

Do que conheço do Presidente da Distrital de Lisboa do PSD e da maioria dos que o acompanham naquela estrutura julgo que se aplica, como uma luva, o epíteto de hipócrita.

Carlos Carreiras é hipócrita.

A elaboração da lista do PSD para as últimas eleições autárquicas em Oeiras sempre teve como objectivo a total colaboração com Isaltino Morais.
Não é por acaso que no próprio dia das eleições, Pedro Afonso Paulo, Vice-Presidente da Distrital do PSD e número dois na lista do PSD para a Câmara de Oeiras, se apressou a deslocar-se à sede de Campanha da candidatura de Isaltino e, depois de um grande abraço de felicitações, comprometer-se com a colaboração activa dos eleitos do PSD na gestão da Câmara.
Aliás, não é segredo para ninguém a situação tensa que envolveu a escolha do cabeça de lista para Oeiras, com a intervenção directa de Manuela Ferreira Leite junto de Carlos Carreiras, exigindo que o candidato do PSD não tivesse qualquer tipo de proximidade com Isaltino.
Pena que Manuela Ferreira Leite se tenha preocupado apenas com o cabeça de lista já que, todos os que se lhe seguiram na lista, só não são do IOMAF por acaso... ou não!

Claro está, Isabel Meireles, sentido-se enganada, bateu com a porta!

Agora é de perguntar onde estão os princípios éticos de Carlos Carreiras?
"Estamos é a dar condições de governabilidade a Oeiras." afirmou Carlos Carreiras sobre este assunto.
Para classificar o autor desta afirmação só me ocorre o nome "farsante"!
Mas há um sem número de outros exemplos que atestam esta característica de Carlos Carreiras de ser desleal, falso e traiçoeiro.
Atente-se no alarde que promoveu relativamente a António Preto e Helena Lopes da Costa, que traficavam votos na Distrital, que eram desonestos, que frito e que cozido...

Como é que Carlos Carreiras ganhou as últimas eleições para a Distrital?

Foi só com afirmações hipócritas, prometendo fazer aquilo que nem um só momento considerou que iria fazer?
Não, não foi.
Espreitem quantos "asilados" ele tem recrutado como assessores na Câmara de Cascais e logo perceberão como se cria um "exército" que faz cruzes no quadrado certo.

Confúcio tem em parte razão. É imperioso que que se fuja do Hipócrita.
Acrescento eu, ou promover que ele de nós se afaste... de forma permanente!...


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Depois de obrigados a engolir sapos temos também de engolir rãs?!...

Ele há coisas fantásticas, de dificil explicação racional.

Esta história que vou contar é uma delas.

As Festas de Cascais têm o patrocínio da Câmara de Cascais, e bem, já que se trata da sede de concelho.

Nas Freguesias de Estoril, Parede e Alcabideche não há o hábito de promover Festas de Freguesia, e confesso não ver nisso grande mal.

Em Carcavelos, há 15 ou 16 anos que a Freguesia organiza umas Festas, engraçadas mas baratinhas, com muito recurso à prata da casa mas que cria um espaço de diversão e de convívio durante cerca de uma semana. Parece-me igualmente bem.

Mas em S. Domingos de Rana, como acto de manifesto provincianismo, Manuel Mendes, o Presidente da Junta de Freguesia desde os idos de 1994 se a memória não me falha, decidiu em 2003 ou 2004, criar as Festas da Rã.

Festas de Estadão.

Feira de actividades económicas do concelho, tascas, carroceis e um programa musical de envergonhar algumas cidades do interior do País.

Para as primeiras edições a Câmara escorregou com dinheiro que não foi pouco.

Só que, no mandato anterior, o cabeça de lista do PSD para a Junta de S. Domingos de Rana, Fernando Mesquita, cedo se começou a aperceber do regabofe que se vivia naquela Junta na gestão dos dinheiros para a produção das Festas da Rã e começou a exigir transparência na utilização dos dinheiros públicos.

Ajustes directos, mesmo mesmo directos, tropelias de facturação, um caos autêntico.

Consultas ao mercado e adquirir ao melhor preço é conceito desajustado para Manuel Mendes

Manuel Mendes, como alguns dos actuais políticos do PSD de que tenho aqui falado, acha que pode fazer o que lhe apetecer e não tem que prestar contas a ninguém.

Moral da história: o grupo de lista do PSD na Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, liderado por Fernando Mesquita, preparou e apresentou uma queixa no IGAT – Inspecção Geral da Administração do Território, onde foram elencados um conjunto de situações que dão claramente perda de mandato!

O resultado natural deste tipo de situações seria:

1 – Acabar com o financiamento da CMC à Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana para as Festas, existindo dúvidas sobre a correcta utilização de dinheiros;

2 – Investir em Fernando Mesquita para surgir como alternativa natural à gestão bolorenta da Junta de Freguesia assegurada por Manuel Mendes;

Se a primeira aconteceu, a segunda foi exactamente ao contrário. O PSD pareceu ser o primeiro interessado em fazer esquecer a queixa ao IGAT e as razões que a justificaram, e substituiu, à frente da sua lista para a Freguesia de S. Domingos de Rana, Fernando Mesquita por uma jovem licenciada em Direito, Patricia Ferreira, assessora jurídica de uma Empresa Municipal e portanto, perfeitamente “integrada” na “direcção política concelhia do PSD".

As antigas Festas da Rã, em 2009 e 2010 passaram a Festas de Santo António, em Tires, e foram organizadas pela colectividade de Tires com o apoio da CMC.

Pasmem-se vocês que, teimosamente, Manuel Mendes decidiu reeditar este ano as Festas da Rã, agora em Abóboda.

E o que fizeram os membros do executivo da Junta eleitos pelo PSD?

Nada, claro!...

Num terreno enorme, privado, com custos enormes de limpeza e adaptação, lá está o mesmo modelo de Festas.

Mas com umas pequenas nuances.

A Câmara não licenciou o recinto, e assobia para o lado, fazendo de conta que não sabe.

O recinto não foi vistoriado, não tem Plano de Emergência, mas a CMC continua a assobiar para o lado.

Como é que o Vereador Miguel Pinto Luz justifica a sua não actuação enquanto responsável pelo pelouro das Actividades Económicas?

Num tempo em que a crise nos bate à porta, onde se insiste na necessidade de cortar algumas despesas públicas, eis-nos este autarca socialista, Manuel Mendes, no seu melhor.

Os dinheiros da Junta não servem para melhorar as pinturas das estradas, para reparações dos passeios mas para “fazer festas” aos fregueses.

Com papas e bolos se enganam os tolos…

Agora convenhamos, depois de sistemáticamente nos obrigarem a “engolir sapos” vamos também ter que engolir rãs?!...