sexta-feira, 2 de julho de 2010

Depois de obrigados a engolir sapos temos também de engolir rãs?!...

Ele há coisas fantásticas, de dificil explicação racional.

Esta história que vou contar é uma delas.

As Festas de Cascais têm o patrocínio da Câmara de Cascais, e bem, já que se trata da sede de concelho.

Nas Freguesias de Estoril, Parede e Alcabideche não há o hábito de promover Festas de Freguesia, e confesso não ver nisso grande mal.

Em Carcavelos, há 15 ou 16 anos que a Freguesia organiza umas Festas, engraçadas mas baratinhas, com muito recurso à prata da casa mas que cria um espaço de diversão e de convívio durante cerca de uma semana. Parece-me igualmente bem.

Mas em S. Domingos de Rana, como acto de manifesto provincianismo, Manuel Mendes, o Presidente da Junta de Freguesia desde os idos de 1994 se a memória não me falha, decidiu em 2003 ou 2004, criar as Festas da Rã.

Festas de Estadão.

Feira de actividades económicas do concelho, tascas, carroceis e um programa musical de envergonhar algumas cidades do interior do País.

Para as primeiras edições a Câmara escorregou com dinheiro que não foi pouco.

Só que, no mandato anterior, o cabeça de lista do PSD para a Junta de S. Domingos de Rana, Fernando Mesquita, cedo se começou a aperceber do regabofe que se vivia naquela Junta na gestão dos dinheiros para a produção das Festas da Rã e começou a exigir transparência na utilização dos dinheiros públicos.

Ajustes directos, mesmo mesmo directos, tropelias de facturação, um caos autêntico.

Consultas ao mercado e adquirir ao melhor preço é conceito desajustado para Manuel Mendes

Manuel Mendes, como alguns dos actuais políticos do PSD de que tenho aqui falado, acha que pode fazer o que lhe apetecer e não tem que prestar contas a ninguém.

Moral da história: o grupo de lista do PSD na Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, liderado por Fernando Mesquita, preparou e apresentou uma queixa no IGAT – Inspecção Geral da Administração do Território, onde foram elencados um conjunto de situações que dão claramente perda de mandato!

O resultado natural deste tipo de situações seria:

1 – Acabar com o financiamento da CMC à Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana para as Festas, existindo dúvidas sobre a correcta utilização de dinheiros;

2 – Investir em Fernando Mesquita para surgir como alternativa natural à gestão bolorenta da Junta de Freguesia assegurada por Manuel Mendes;

Se a primeira aconteceu, a segunda foi exactamente ao contrário. O PSD pareceu ser o primeiro interessado em fazer esquecer a queixa ao IGAT e as razões que a justificaram, e substituiu, à frente da sua lista para a Freguesia de S. Domingos de Rana, Fernando Mesquita por uma jovem licenciada em Direito, Patricia Ferreira, assessora jurídica de uma Empresa Municipal e portanto, perfeitamente “integrada” na “direcção política concelhia do PSD".

As antigas Festas da Rã, em 2009 e 2010 passaram a Festas de Santo António, em Tires, e foram organizadas pela colectividade de Tires com o apoio da CMC.

Pasmem-se vocês que, teimosamente, Manuel Mendes decidiu reeditar este ano as Festas da Rã, agora em Abóboda.

E o que fizeram os membros do executivo da Junta eleitos pelo PSD?

Nada, claro!...

Num terreno enorme, privado, com custos enormes de limpeza e adaptação, lá está o mesmo modelo de Festas.

Mas com umas pequenas nuances.

A Câmara não licenciou o recinto, e assobia para o lado, fazendo de conta que não sabe.

O recinto não foi vistoriado, não tem Plano de Emergência, mas a CMC continua a assobiar para o lado.

Como é que o Vereador Miguel Pinto Luz justifica a sua não actuação enquanto responsável pelo pelouro das Actividades Económicas?

Num tempo em que a crise nos bate à porta, onde se insiste na necessidade de cortar algumas despesas públicas, eis-nos este autarca socialista, Manuel Mendes, no seu melhor.

Os dinheiros da Junta não servem para melhorar as pinturas das estradas, para reparações dos passeios mas para “fazer festas” aos fregueses.

Com papas e bolos se enganam os tolos…

Agora convenhamos, depois de sistemáticamente nos obrigarem a “engolir sapos” vamos também ter que engolir rãs?!...

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